Projeto Consciência Negra

EMEI Sagrado Coração


Coordenadora: Maria Cristina Simeoni
Supervisora: Solange Lima
Pibidianas: Gabriela, Karine, Lidia, Paula, Dariane e Carolina

Sobre o projeto:
  • Contação de histórias: Menina Bonita do laço de fita; Somos todos iguais; Bruna e a Galinha da Angola.
  • Confecção de cartazes
  • Passeio ao cinema - filmes: "Menina bonita do laço de fita" e "Bruna e a Galinha da Angola"
  • Apresentação da coreografia: "Escravos de Jó" - Classe: Maternal B
  • Apresentação do teatro: "Menina Bonita do laço de fita" - Classe: Jardim
  • Desfile de moda afro - Maternal C e Jardim
  • Exposição das atividades realizadas durante o projeto
  • Apresentação de Capoeira
  • Almoço típico: Feijoada.










Que o reconhecimento das nossas raízes culturais sejam eternizados e reavivados na memória de cada criança, para que possamos através da educação cultivar aquilo que marcou e que ainda permanece em nossa história!

Identidade na Educação Infantil

Alunas: Cassiana, Jessica e Rayane
Curso: Pedagogia Vespertino
Campus:
UENP CCHE, Jacarezinho PR
Supervisora:
Professora Erica Vivian
EMEI:
Alice Otênio.
Coordenador:
Professor Dr. Antonio Donizete.




        Segundo Ciampa (1987) entende identidade como metamorfose, ou seja, em constante transformação, sendo o resultado provisório da intersecção entre a história da pessoa, seu contexto histórico e social e seus projetos. A identidade tem caráter dinâmico e seu movimento pressupõe uma personagem. A personagem, que, para o autor, é a vivência pessoal de um papel previamente padronizado pela cultura, é fundamental na construção identitária: representa-se a identidade de alguém pela reificação da sua atividade em uma personagem que, por fim, acaba sendo independente da atividade. As diferentes maneiras de se estruturar as personagens resultam diferentes modos de produção identitária. Portanto, identidade é a articulação entre igualdade e diferença. Identidade é movimento, porém, uma vez que a identidade pressuposta é reposta pelos ritos sociais, passa a ser vista como algo dado e não como se dando. A reposição, portanto, sustenta a mesmice, que é a ideia de que a identidade é atemporal e constante: identidade-mito. A superação da identidade pressuposta denomina-se metamorfose. 
      Segundo Stuart Hall (2006) apresenta o conceito do que denomina "identidades culturais" como aspectos de nossas identidades que surgem de nosso "pertencimento" a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo, nacionais. O autor entende que as condições atuais da sociedade estão "fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade que, no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais". (p. 9) Tais transformações estão alterando as identidades pessoais, influenciando a ideia de sujeito integrado que temos de nós próprios: "Esta perda de sentido de si estável é chamada, algumas vezes, de duplo deslocamento ou descentração do sujeito" (Hall, 2006, p. 9). Esse duplo deslocamento, que corresponde à descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos, é o que resulta em "crise de identidade".


ReferênciaDisponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572011000100004>  Acesso em: 13/11/15





Atividade aplicada na EMEI Alice Otênio sobre Identidade.





      No dia 31/07/15 foi o primeiro dia da aplicação do nosso projeto, e de acordo com nossas discussões e leituras percebemos que quando o nosso objetivo é fazer com que as crianças desenvolvam algum conhecimento sobre a questões étnicos raciais, é de fundamental importância passar pela identidade. Pois é no reconhecimento de si próprio e para com o outro que se formam cidadãos críticos e autônomos, que não aceitam qualquer coisa que lhe é imposta mesmo que nas entrelinhas de um contexto social. E um exemplo simples, porém muito valido, foi a atividade que aplicamos no dia já citado.
      Bom neste dia chegamos na sala e pedimos para os alunos sentarem em circulo no chão e também sentamos. Começamos nos apresentando, cada um dizia seu nome inclusive nós. Depois de todos apresentados, uma de nós pegou uma caixa que tinha levado, meio funda o que impediam as crianças de verem o que tinha lá, e disse pra elas que dentro daquela caixa tinha alguém muito lindo e muito especial e fizemos toda uma introdução enfatizando como aquela pessoa era demais, logo falamos que a caixa ia passando de mão em mão e que ninguém podia contar para o amigo quem era aquela pessoa.
     Logico que todo esse suspense causou uma curiosidade cheia de entusiasmo em conhecer essa pessoa tão maravilhosa, e conforme a caixa ia passando algumas crianças faziam cara de decepcionadas, envergonhadas e até teve aquelas que depois que viram o que era não queriam ver de novo e poucas, muitos poucas talvez duas ou três crianças conseguiram encarar sem apresentar nenhum tipo de decepção. Ta bom chega de suspense, o que tinha dentro da caixa era... era... era.. “tchanananan”... Um ESPELHO!!! Sim um espelho!!! Um simples espelho para muitos, mas para eles era muito mais que isso era passar e encarar a identidade de frente, sendo que a proposta era que eles descobrissem que todos nós mesmos diferentes somos aquela pessoa maravilhosa que foi descrita no inicio da dinâmica e o fato de muitos não conseguirem nem se quer encarar o espelho ou terem vergonha de se olhar já mostra o desfecho que isso pode causar se não for trabalho desde muito cedo, como a idade deles (4-5anos) e se possível ainda mais cedo (1-2anos), indubitavelmente se isso tivesse acontecido neste dia eles encarariam o espelho (eles mesmo) sabendo quem são e que do jeito que são, são importantes! Depois continuamos aplicando atividades que possibilitassem o reconhecimento deles e do próximo como pessoas bonitas e interessantes independentemente da cor da pele, dos olhos, da cor ou estilo de cabelo, enfim que cada um era bonito do jeito que é e que ao longo do projeto essa frase e ideia continuaram sendo repetida e retomada com diversas atividades, além de outras como “não existe ninguém feio, as pessoas são diferentes” e o objetivo é que essas intervenções possibilitem a eles uma compreensão de mundo como ele é com suas inúmeras diferenças que precisavam ser no mínimo respeitadas.


http://professoracleides.blogspot.com.br/2011/07/dinamica-do-espelho.html?m=1

“AFROFUTURISMO: CINEMA E MÚSICA EM UMA DIÁSPORA INTERGALÁCTICA” É A PRÓXIMA MOSTRA DO CAIXA BELAS ARTES

Como parte dos eventos da CAIXA Cultural em homenagem ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro), mostra com 21 filmes será realizada de 19 de novembro a 02 de dezembro.


CAIXA CULTURAL São Paulo apresenta “AFROFUTURISMO: CINEMA E MÚSICA EM UMA DIÁSPORA INTERGALÁCTICA”, que exibirá 21 filmes (entre longas e curtas-metragens) que abordam a diáspora negra pelo mundo e, até mesmo, fora dele. O projeto tem patrocínio da CAIXA e do Governo Federal. As sessões acontecem no Caixa Belas Artes, entre 19 de novembro e 02 de dezembro.

Os documentários, ficções e filmes experimentais da mostra combinam elementos de ficção científica histórica, fantasia, afro urbanidade e realismo fantástico, com cosmologias não-ocidentais. A proposta lança luz sobre a diáspora África-América, no passado e no futuro.

Mas, afinal, o que é AFROFUTURISMO? 

O Afrofuturismo é uma manifestação artística que teve início na metade do século XX. Embora tenha começado a se desenvolver no campo musical, existem artistas do cinema, da literatura, da fotografia e das artes visuais que se inspiram na estética e no conceito do movimento. 

Culturalmente, o termo aparece pela primeira vez nos anos 90, usado pelo teórico Mark Dery, incluindo as propostas de diversos artistas que trabalhavam questões afroamericanas pelas lentes da ficção cientifica e da tecnologia, não apenas no campo musical. Dessa forma, podemos destacar a produção literária de escritores como Samuel R. Delany e Octavia Butler, assim como os trabalhos de artistas visuais como Rammellzee e Cauleen Smith, na consolidação estética do movimento. Na música, os destaques ficam para nomes como Lee "Scratch" Perry e seu dub lunático e o jazz interplanetário de Sun Ra e sua "Arkestra".

O objetivo da Mostra Afrofuturismo é exibir filmes que contem a história do movimento e, ao mesmo tempo, apresentar produções que estética e conceitualmente se inspiram nas propostas afrofuturistas. 

Produções em destaques na mostra

A maioria dos 21 títulos apresentados é inédita no país. Os destaques internacionais ficam com “Space is the Place”, um blaxpotation cult com a participação do lendário jazzista Sun Ra (o filme é inédito no Brasil e será exibido em 35mm). O “Blaxploitation” ou “Blacksploitation” foi um movimento cinematográfico norte-americano criado nos anos 70, caracterizado por filmes criados e estrelados por atores negros. Além de Sun Ra, outros dois artistas emblemáticos do movimento terão sessões em sua homenagem. 

O premiado escritor de ficção científica norte-americano Samuel R. Delany está representado em uma sessão dupla especial, em que serão exibidos um curta-metragem experimental dirigido pelo próprio escritor, “Orquídea/The Orchid”, e o documentário “Polymath”, no qual Delany fala sobre sua vida e seu trabalho. O dub de Lee "Scratch" Perry também estará representado com o filme “The Upsetter” que aborda sua obra e carreira.

A afrofuturismo brasileiro surge em dois longas-metragens, “Bom dia, eternidade”, uma ficção hiperrealista sobre o cotidiano fantástico de uma família negra paulista, e “Branco Sai, Preto Fica”, filme que mistura elementos do documentário e da ficção científica para reescrever um evento trágico de brutalidade policial em Ceilândia (DF). 

Além dos longas, quatro curtas marcam a presença brasileira na mostra: “Quintal”, “Beatitude”, “Rapsódia” e “Yansan”. Os três últimos, juntamente com o filme nigeriano “Oyá: a ascensão dos Superorixás”, compõem a sessão especial de curtas-metragens que mixam elementos da ficção científica com as tradições religiosas de matrizes africanas.

Além da exibição dos filmes, a mostra prevê a realização de uma palestra sobre as definições de Afrofuturismo, movimento pouco conhecido do público brasileiro. O debate tratará de questões relacionadas à transdiciplinaridade do Afrofuturismo, destacando sua influência para além do cinema, nos campos musicais, literários e das artes visuais. 

Também serão discutidas as formas como os artistas brasileiros de campos variados dialogam com a estética e o conceito do movimento. Esse bate-papo com o público acontece no sábado, 28 de novembro, às 18h30, também no Caixa Belas Artes, com entrada gratuita.

Programação:

Quinta-feira, 19 de novembro
16h - Sessão de curtas 1: Afronautas (Afronauts), Pumzi (Pumzi), Quintal, Robôs de Brixton (Robots of Brixton)
18h30 - Polymath: a vida e as opiniões de Samuel R. Delany (DVD / 2007 / 75min / 16anos) e Orquídea (DVD / 1971 / 32min / 18 anos)

Sexta-feira, 20 de novembro
16h - Sessão de curtas 2: Beatitude,  Oyá: a ascensão dos Superorixás (Oya: Rise of the Suporisha), Rapsódia para um homem negro, Yansan 
18h30 - Branco Sai, Preto Fica (DCP / 2014 / 93min/ 12 anos)

Sábado, 21 de novembro
16h – Drylongso (Digital / 1998 / 86min / 12 anos)
18h30 - Space Is The Place (35mm / 1974 / 85min / 18 anos)  

Domingo, 22 de novembro
16h - Bom dia, eternidade (DVD / 2010 / 98min / 10 anos)
18h30 – Crumbs (DCP / 2015 / 68min / 18 anos)

Segunda-feira, 23 de novembro
16h - Polymath: a vida e as opiniões de Samuel R. Delany (DVD / 2007 / 75min / 16anos) e Orquídea (DVD / 1971 / 32min / 18 anos)
18h30 - Sessão de curtas 1: Afronautas (Afronauts), Pumzi (Pumzi), Quintal, Robôs de Brixton (Robots of Brixton)

Terça-feira, 24 de novembro
16h - Sessão de curtas 2: Beatitude,  Oyá: a ascensão dos Superorixás (Oya: Rise of the Suporisha), Rapsódia para um homem negro, Yansan 
18h30 - Bom dia, eternidade (DVD / 2010 / 98min / 10 anos)

Quarta-feira, 25 de novembro
16h – Crumbs (DCP / 2015 / 68min / 18 anos)
18h30 – Branco Sai, Preto Fica (DCP / 2014 / 93min / 12 anos)

Quinta-feira, 26 de novembro
16h - Drylongso (Digital / 1998 / 86min / 12 anos)
18h30 - Sun Ra: A Joyful Noise (Digital / 1980 / 60min / Livre)

Sexta-feira, 27 de novembro
16h - Ornette: Feito na América (Digital / 1985 / 85min / 12 anos)
18h30 - Upsetter: A vida e a música de Lee Scratch Perry (Blu-ray / 2008 / 95min / 18 anos)

Sábado, 28 de novembro
16h - Sun Ra: A Joyful Noise (Digital / 1980 / 60min / Livre)
18h30 – PALESTRA: AFROFUTURISMO NO BRASIL (entrada gratuita com retirada de senha no local)
23h30 - Space Is The Place (35mm / 1974 / 85min / 18 anos)  

Domingo, 29 de novembro
16h - Upsetter: A vida e a música de Lee Scratch Perry (Blu-ray / 2008 / 95min / 18 anos)
18h30 - Uma supersimplicação da sua beleza (Blu-ray / 2012 / 84min / Livre)

Segunda-feira, 30 de novembro
16h – Nascidas em chamas (DVD / 1983 / 80min / 18 anos)
18h30 – Bem-vindo ao Terrordome (DVD / 1995 / 90min / 18 anos)

Terça-feira, 01 de dezembro
16h - Uma supersimplicação da sua beleza (Blu-ray / 2012 / 84min / Livre)
18h30 - Ornette: Feito na América (Digital / 1985 / 85min / 12 anos)

Quarta-feira, 02 de dezembro
16h - Bem vindo ao Terrordome (DVD / 1995 / 90min / 18 anos)
18h30 – Nascidas em chamas (DVD / 1983 / 80min / 18 anos)

Informações retiradas do portal da CAIXA. 

Zumbi dos Palmares e o dia da Consciência Negra: relações étnico-raciais e a "Identidade (Quase) destruída"

Prof. Dr. Antonio Donizeti Fernandes

Toda memória é dor
Assim como também o é todo conhecimento
E todo desconhecimento
Toda memória é identidade
Mas também é usurpação
Para não dizer “usurpamento”
Em português não conhecemos esta sufixação
Para melhor entendimento do processo de branqueamento
Houve um tempo em que a memória se fez
Antes de tudo pelo esquecimento
“Anos de chumbo”
Era do rádio
Estado Novo
Era da ciência e da modernidade  
Do cientificismo dos Ninas, Viannas e Euclides:
Positivismo, culturalismo, estruturalismo, marxismos...
Boas, Freyre e Fry: convivas e convívios
Dos males que vem do suor e do sangue africano...
Aos males do seu biotipo
De marca e do lugar
Esquecer a selvageria e assimilar a civilização, grande (negó)cio e ideal-tipo
Desigualdade
Lida e ensinada pelas “diferenças naturais dos homens” e do mercado
“Classes sociais, status e partidos”: “sempre foi assim!”
“Sabe com quem está falando?”
Navegação social
Ditos, não ditos, enganos, sugeridos...
Pressupostos, “dialética da malandragem” e salvos-enganos malditos
Todos sabem
E, senão sabem, deveriam aprender e a ensinar
“Você sabe qual é o seu lugar!” “Não sabe?”
Para memória de Zumbi
Contra aqueles que insistem em regar a árvore do esquecimento em novo arremedo:
 “O povo negro quer ser visto como vítima da história”
Alegoria etnocêntrica de Próspero e seu espelho
Expressão eurocêntrica e racista nos trópicos
Invenção da liberdade concedida
Que viva o líder Palmarino
Assombração da memória e das caricaturas feitas pelas elites.



Árvore da memória, ressignificada e denominada pelos traficantes  portugueses como a árvore do esquecimento ao obrigarem os futuros escravos a  darem volta ao seu redor. Uma tentativa clara de quebra de resistência, adestramento e receio , também , do que elas poderiam representar do ponto de vista mágico-religioso.

Limpeza da estátua de Zumbi, Rio de Janeiro, em novembro de 2013.

Vem aí... Reflexões Temáticas Mensais!

   Acabamos de encerrar nosso II Ciclo de Debates PIBID Pedagogia. O objetivo do ciclo foi promover o debate acerca da identidade, alteridade, criatividade, ludicidade e psicomotricidade na educação infantil à luz das temáticas relativas às relações étnico-raciais, movimento, diversidade sexual, relações de gênero, trabalho e educação, tendo em mira o exame e a reflexão, dadas, a partir da necessidade de se elaborar estratégias para atuação no universo escolar pautadas em metodologias que busquem a autonomia em face da realidade social encontrada. 
     Estamos preparando para os próximos meses discussões a partir de nossas temáticas centrais de abordagem na Educação Infantil: Questões Étnico Raciais, Questões de Gênero e Sexualidade, Precarização do Trabalho Docente, Movimento e muito mais! 
     Não percam nossas postagens. Teremos três postagens a cada mês com reflexões em torno de uma temática comum. Serão textos a partir das discussões no ciclo e dos projetos desenvolvidos nas escolas de Educação Infantil atendidas pelo PIBID em Jacarezinho. Docência e teoria se encontrarão em abordagens reflexivas. Já convidamos a todos para o primeiro bloco no mês de novembro sobre as questões étnico raciais, que não poderia ser mais oportuna já que no dia 20 de Novembro temos o dia da Consciência Negra. 

Boa leitura e boas reflexões a todos!

Prof. Dr. Antonio Donizeti Fernandes
Prof.ª Me. Maria Cristina Simeoni
Prof.ª Dr.ª Vanessa Campos Mariano Ruckstadter
Coordenadores de Área do PIBID Pedagogia